A solidão criativa na fotografia.

Criatividade é uma palavra difícil, porque, embora seja atividade humana comum, não é comumente desenvolvida. A grande maioria das pessoas não desenvolve durante sua vida atividades criativas por isso não ser um requisito para a vida social, então, para essas pessoas, o ato criativo não é compreendido como vivência própria, tornando-se assim nebuloso e quase mágico. A pessoa pouco ligada à criação atribui à criação alheia uma dimensão exagerada, uma qualidade de espírito invulgar, quase inumana. O criador é tido como gênio, iluminado, extraordinário. A criação é tomada como “inspiração”. Não tendo experimentado o processo criativo não sabe olhar para as origens da criação, para o jogo criativo, só olha para a criação pronta. O jogo criativo permanece oculto, as engrenagens da criação ficam invisíveis e só o resultado parece brilhar espontaneamente, magicamente.
A conseqüência disso é parecer a criação surgir de uma fonte impalpável, de uma inspiração do criador somente. Quanto mais afastada a pessoa das atividades criativas, mais ela acredita na inspiração, pois menos sabe como as coisas de fato acontecem.
Basicamente, criatividade é uma atividade intelectiva de associação de idéias como qualquer outra, podendo ser idéias-conceito, idéias visuais, idéias práticas, idéias científicas, etc. O pensamento é uma atividade associativa, ensinou-nos isso o Freud, e a criatividade um tipo dessas associações. O ato criativo baseia-se em permitir associações novas e em ter material para essas associações (ter esse material significa ter cultura e ter vivências suficientes no campo específico), e, em um segundo momento, saber reconhecer quais as associações são relevantes dentro da linha de trabalho empreendida. Texto Ivan Lima

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