Parque Nacional da Serra do Divisor: O mundo mágico da maior biodiversidade da Terra abre os braços para o mundo

                                              Texto; Edmílson Ferreira  Fotos Marcos Vicentti 

Você está sendo convidado a uma viagem mística no mais realista dos mundos da biodiversidade: o Parque do Divisor por si só é um convite à contemplação, uma canal de comunicação direta com outras dimensões do espírito humano... Essas e outras descobertas estão nos relatos de viagem da 2ª Expedição Fotográfica ao Parque Nacional da Serra do Divisor 2017, a encantadora reserva florestal no extremo oeste do Acre. Trabalhadores, profissionais de diferentes áreas passaram parte do mês de janeiro caminhando pelas trilhas, subindo e descendo a serra de onde se avistam o sopé da Cordilheira dos Andes e seus montes que um dia foram vulcão, ou praticando esportes radicais nos cânions e cachoeiras... Tudo isso com a inquietante gastronomia serrana sorvida na Pousada do Miro.
Quer conhecer o Parque Nacional da Serra do Divisor? A hora é agora...sente-se, leia as páginas seguintes e faça a melhor viagem de sua vida rumo ao mundo mágico da maior biodiversidade do planeta.
As melhores experiências com a Natureza
Quer conhecer o lugar de maior biodiversidade do mundo? Há três pacotes para se passar uma temporada no Parque Nacional da Serra do Divisor, no extremo oeste do Acre.Nos primeiros dias de 2017 o Divisor recebeu a visita da 2ª Expedição Fotográfica a Serra do Divisor promovida pelo Instituto Acreano de Imagens (IAI) em parceria com a Pousada do Miro e o jornal OPINIÃO. Os doze expedicionários puderam contemplar a maior e mais bela biodiversidade do planeta, algo pouco visto na maioria dos hotspost turísticos do mundo –uma experiência ao mesmo tempo mística e real, onde as sensações celebram a paz e a harmonia. “Mais uma experiência inigualável, transformadora”, resumiu o presidente do IAI e organizador da expedição, o fotojornalista Marcos Vicentti. 
A expedição consolida o turismo no Parque, movimento que começou de modo pioneiro por um homem simples, o ex-caçador Argemiro Oliveira, popularmente conhecido como Miro. Ele nasce e se criou no Divisor e há cerca de 14 n anos começou a receber pessoas em sua casa, oferecendo-lhes alimento e acomodação. “Alguém me falou: porque você não monta uma pousada?”, relatou Miro. Hoje, aos 47 anos, o mateiro virou empreendedor com a Pousada do Miro, uma vivenda no pé da serra que em dois meses recebeu 200 visitantes. 
 Divisor é protegido por lei, um lugar onde realidade se alia mística: criado em 16 de junho de 1989, através do Decreto 97.839, é composto por uma área de cerca de 843.000 hectares em cinco municípios do Alto Juruá, abrigando o ponto mais a Oeste do Brasil. Trata-se do quarto maior parque nacional no Brasil, onde os visitantes integram a Natureza à espiritualidade. “É um lugar para quem deseja interagir com a Natureza. Saí de lá totalmente renovada”, relatou a educadora física Kelly Cebélia das Chagas do Amaral, uma das expedicionárias. Em meio às cachoeiras cercadas de mata, Kelly praticou Yoga e relata a espiritualização com o lugar: “esta com certeza foi uma das melhores experiência da minha vida. Gratidão infinita ao Universo”.
Gastronomia serrana surpreende visitantes
“Meu Deus a comida era um espetáculo à parte. Tudo regional, café da manhã regado a tapioca, banana frita, mingau de banana, banana cozida, pão de milho, ovos mexidos, café com leite, suco de frutas naturais. No almoço outro banquete , galinha caipira, pirão, saladas, arroz, feijão, macarrão, farofa. No jantar sopa, porco assado na brasa, carne cozida e muito mais. Tudo feito com muito amor e carinho”.

A declaração de uma das expedicionárias, Iza Souza, é um aperitivo do que o visitante pode realmente encontrar no Parque do Divisor. Tem muito mais e alguns pratos são surpreendentes mas o pato preparado pelas cozinheiras serranas é algo imperdível. “Tudo é muito saboroso, diferenciado”, avalia Marcos Vicentti, coordenador da expedição. 

Milhares de aves, macacos, morcegos e o misterioso araçari-castanho

Para os amantes da observação de animais, o parque  abriga exemplares ameaçados de extinção como o macaco uacari-vermelho, mico-do-cheiro, onça-pintada, anta, preguiça, quati, tartaruga tracajá, boto-vermelho, tamanduá-bandeira, lontra, tatu-canastra, macaco-cara-de-sola, pacarana, jabuti, jacaré-tinga, além das 100 espécies de anfíbios, 30 de répteis, 14 de primatas, 55 de morcegos, 400 de aranhas e insetos, bem como as 64 espécies de abelhas. A avifauna apresenta cerca de 500 exemplares, como o papagaio, e o araçari-castanho, típico peixe-boi que é um grande mamífero aquático da região.

Bosque de samambaia gigante e a palmeira que anda pela mata


O Divisor é incrível com lindas cachoeiras, mirante e paisagens inesperadas como o bosque de samambaia gigante e da palmeira que anda. O nome científico desta última planta é Socrateaexorrhiza, que chega a medir até 20 metros de altura, com tronco entre 10 e 18 centímetros de diâmetro. Possui raízes aéreas e bem espaçadas, chegando a atingir facilmente 2 metros de comprimento. As folhas lembram uma pena ou pluma. Já as flores apresentam a tonalidade branco esverdeada e os frutos, quando maduros, são amarelo avermelhados.Ela muda de lugar se quiser, para se adaptar e até sair debaixo de uma outra árvore à procura de sol. Segundo especialistas, as impressionantes raízes da palmeira andante podem ter surgido de uma adaptação ao alagamento, mas não há evidências à respeito. Então, varias funções alternativas têm sido debatidas e sugeridas ao longo dos anos, algumas delas são de que as raízes permitem à palmeira “andar” para longe do ponto de germinação se outra árvore cair sobre a muda ou quando suas raízes vão apodrecendo ela simplesmente desenvolve novas raízes escolhendo novos lugares para crescer e é por isso que a Socrateaexorrhiz chega quase a caminhar.

Viagem é longa mas exuberância da floresta anula tédio ou cansaço

O acesso é complicado, feito somente através de barco, mas super divertido. “Ninguém fica entediado não”, disse Marcos Vicentti. Dependendo da época do ano leva-se até 10h para chegar mas a viagem dos expedicionários durou pouco mais de seis horas. A visita deve ser programada com antecedência pois é necessário obter uma autorização do ICMBio para entrar no parque.














Comentários

Postagens mais visitadas