Não há cenário mais incrível que Machu Picchu para uma cidade perdida
Com dicas de arqueólogo responsável pela manutenção do local por 20 anos, conheci este lugar enigmático e iluminado
O barulho das águas do rio Urubamba inspirava a conversa dentro do chalé na pousada Illarrimuy. O dono da pousada Ruben Orellana Neira destilava sua sabedoria contando episódios e histórias da civilização inca como uma metralhadora giratória. Enigmas, mistérios, hipóteses, figuras míticas e os estranhíssimos “ceques”, portais de energia e santuários que evolvem todo o altiplano andino a partir de Cuzco. Minhas sinapses em comunhão com o fluxo de pensamentos de Orellana borbulhavam com Machu Picchu, Linhas de Nazca, Chan Chan, Lago Titicaca e Cuzco.
Ruben Orellana me alertava que a cidadela de Machu Picchu encontra-se instalada sob uma imensa rocha de “granito blanco” (como é chamada a pedra branca em espanhol), repleta de cristais de quartzo. Suas teorias são profundamente empíricas. Para vocês terem ideia, Ruben Orellana, durante mais de 20 anos, foi o arqueólogo responsável pela manutenção de Machu Picchu. Neste período, localizou outros 44 novos sítios arqueológicos repletos de objetos, múmias e mistérios.


Mas nada disso importa para os milhares de turistas que visitam anualmente o local, muitos em busca de florescimento, revelações e energização que, dizem, se encontra na geografia sagrada de Machu Picchu. Os atalhos e as dicas de Orellana sobre os segredos e mistérios da cidadela facilitaram com muita transparência meu entendimento.


Um dos maiores atrativos de Machu Picchu é o assombroso nível técnico de suas construções. O tradicional método quéchua de encaixe atinge seu paroxismo numa grande pedra de 23 ângulos no templo Central. Em algumas edificações, o grau de precisão é tão milimétrico que é impossível introduzir entre as uniões dos blocos de pedra a ponta de uma agulha. Para quem deseja mais adrenalina, o lance é subir o Huanya Picchu (que significa montanha jovem), em oposição a Machu Picchu. O pico icônico do destino é acessível por um caminho tortuoso e íngreme.
O motivo para a existência de Machu Picchu permanece indecifrável até hoje. Poderia ter sido um santuário para as virgens do sol, uma universidade, a última cidade do império inca, já na descida dos Andes a floresta, um centro avançado de estudos, o enigma continua… mas a visita ilumina nossas vidas.

Onde ficar
Pousada Illarrimuy (Calle Manzanapata s/n)
Encravada no vilarejo de Urubamba, a pousada é um verdadeiro Shangri-lá de tranquilidade e hospitalidade. Mestre Ruben Orellana é um capítulo à parte. Sua sabedoria vai além dos povos andinos. Como ele mesmo se auto-intitula, é um “arqueoloko”: uma mistura de arqueólogo com xamã.
Pousada Illarrimuy (Calle Manzanapata s/n)
Encravada no vilarejo de Urubamba, a pousada é um verdadeiro Shangri-lá de tranquilidade e hospitalidade. Mestre Ruben Orellana é um capítulo à parte. Sua sabedoria vai além dos povos andinos. Como ele mesmo se auto-intitula, é um “arqueoloko”: uma mistura de arqueólogo com xamã.
Belmond Sanctuary LodgeEste hotel é o único que está encravado no alto da montanha, ao lado de Machu Picchu. O cenário é exuberante. Fica na porta do parque. Imagine, depois de caminhar mais de 4 horas pelas ruínas o melhor é um banho de água quente, massagem e relax. A atmosfera da noite é de outras esferas.
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