FOTOGRAFIA É OPORTUNIDADE


Texto Publicado em 25 de março 2007 no Jornal O Tablóide.

Por Marcos Vicentti

Depois de idas e vindas, encontrei me como um profissional da fotografia no jornal Página 20 por conta de um convite do meu primo, Julio dourado, diretor de pessoal da empresa que nasceu em março de 1995. Fazia dois ou três anos que não nos encontrávamos. Ele me convidou para ser entregador de jornal. Aceitei, o dinheiro era razoável. Ele prometeu um salário e meio. Topei na hora.

Mas não era moleza. Tinha que acordar todos os dias as três da madrugada. A gráfica ficava no Bairro Cadeia Velha pegava os jornais, e colocava na garupa da bicicleta e saia para entrega, que começava no próprio bairro. Depois ia para o segundo distrito centro, Cohab do Bosque... Mas não terminava ali. O trajeto seguinte incluía a Vila Ivonete, conjunto Manoel julião e Tucumã e chegava ao Universitário, cerca de quinze quilômetros da sede. La, a única assinante era uma professora cujo nome não me lembro agora. Todos os dias menos segunda-feira.

Minhas primeira fotos publicadas no jornal eram de acidentes. Eu sempre andava com uma maquina fotográfica compacta 35 milímetros, daquelas que a gente coloca filme. Estou dizendo isso porque a moçada agora só conhece digital. E quem pagava a revelação? Eu! Chegava para o Leonildo Rosas, uma espécie de faz-tudo dentro da redação, perguntava: “Da pra aproveitar essa aqui?”. Ele sempre lembrava que o jornal não tinha seção de policia. Até que um dia tive a sorte de ver uma foto minha publicada logo na capa.

Veio a eleição para prefeito em 1996. Marcos Afonso, candidato do PT, apoiado pelo jornal, perdeu para o peemedebista Mauri Sergio. Esse terrível “fato histórico” terminaria me beneficiando, pois acabei tendo uma ascensão de profissional na empresa (a crise financeira que o jornal passou a enfrentar obrigou a algumas mudanças inusitadas: de entregador, motorista, cobrador e Office boy virei fotógrafo na marra, mesmo sem ter uma maquina fotográfica.

O Severiano que era um dos diretores conseguiu uma. Eu nem sabia manusear a câmera. Ainda assim, com minha tumidez fui conseguindo tirar algumas dúvidas com o velho amigo José Diaz, um dos maiores responsáveis pelo pouco que aprendi na arte da fotografia.

Fui cobrir minha primeira pauta. Era um incêndio no arquivo da extinta companhia de laticínio do Acre, a cila. Cheguei ao pátio naquela manhã. Toda imprensa de Rio Branco já estava La. Meio sem jeito, sai do carro com a câmera em punho. Todos pareciam mim olhar e dizer:

Quem é esse cara?”.mas não titubeei. Subi em uma mangueira e comecei a fazer as fotos. Depois de revelar, passei a para o editor. Estava muito inseguro era normal, não tinha experiência.

No dia seguinte mais cedo ao chegar no jornal para ver todas as capa dos jornais concorrente. Quase não acreditei: minha fotografia tinha um pequeno detalhe que as outras não revelavam.

Passei a confiar, mas em mim, comecei a ler sobre fotografia, e tira dúvida e trocar idéias com outros profissional da área como Sergio Vale é Edison Caetano. Para citar apenas dois. Como qualquer outro “debutante”, confesso que perdi alguns filmes na hora de revelar.

Continuei a fotografar e em 1999 tiver a oportunidade de sair de Rio Branco para participar de um evento nacional de fotografia. Era a minha primeira viagem de avião. Fui participar do primeiro encontro de jornalista de imagem em natal (RN). Capital potiguar conheci vários profissional e tomei meu primeiro meu primeiro mergulho no mar. Tiver a sorte de fazer um olhar diferente sobre Natal para realizar uma exposição em salvador (BA) na edição seguinte do evento.

Nesses dez anos de fotografia profissional, que completo hoje, conquistei vários prêmios. Por duas vezes fui vencedor duas vezes do José Chalub leite na categoria fotografia. Categoria jornalismo impresso ganhei mais quadro vezes. Fui finalista do premio CNT e recebi menção honrosa no mais concorrido prêmio de jornalista brasileiros, o ESSO.

Realizei varias exposições. Do meu trabalho. Minhas fotos percorreram o país. Publiquei um livro chamado “Acre Retrato Amazônico”.

Mas de tudo isso o, mas importante foi ter voltado para o banco da escola vinte anos depois de ter abandonado os estudos quando ainda cursava o antigo primário. Voltei em busca de novos horizontes para minha profissão e para aliar o conhecimento á praticar.

Atualmente curso o ensino superior e estou concluindo uma habilitação em jornalismo.

Hoje, me pego tentando fazer um relato sobre minha vida em pequenas linhas num artigo para o jornal página 20, ao qual agradeço muito pela oportunidade de vida e recuperação social nesses dez anos na função de repórter fotográfico. O jornal teve um papel importante na minha vida – quando contratado sequer tinha o ensino fundamental: Hoje me vejo sentado no banco de uma faculdade... É isso mesmo tudo veio por e graça da fotografia e da valorização pessoal.

Meus agradecimentos a algumas pessoas que me incentivaram nessa gratificante caminhada.







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